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Vendas de materiais de construção no Brasil em 2015 recuam para nível de 2007, diz Abramat

As vendas de materiais de construção encerraram 2015 com queda de 12,6 por cento em relação ao ano anterior, recuando ao nível registrado em 2007, informou nesta segunda-feira a Abramat, associação que representa o setor, estimando baixa de 4,5 por cento do indicador em 2016.

O resultado do ano passado ficou abaixo das expectativas da entidade, que previa recuo de 11 por cento nas vendas, estimativa que foi sendo piorada ao longo do ano diante da retração da economia e dos desdobramentos da Operação Lava Jato. A Abramat iniciou 2015 avaliando que as vendas do setor teriam queda de 9 por cento.

Em novembro passado, o presidente da Abramat, Walter Cover, disse à Reuters que esperava um recuo entre 4 e 5 por cento nas vendas do setor em 2016.

A indústria de materiais de construção representa cerca de 3 por cento do Produto Interno Bruto, segundo Cover.

As vendas voltadas para reformas em 2015 caíram 8 por cento, enquanto as vendas para construtoras diminuíram 15 por cento, em bases anuais.

“A situação negativa de renda, emprego e crédito afetaram o mercado do varejo, das reformas que depois de muitos anos de crescimento apresentou uma queda (…)”, disse Cover, em comunicado à imprensa.

“Já o mercado das construtoras foi abalado pela falta de confiança na economia tanto pelas famílias que prorrogaram a compra do imóvel próprio, como pelos empresários que adiaram a construção de shopping centers, hotéis, etc”, acrescentou. Cover citou ainda que a operação Lava Jato afetou obras de infraestrutura, enquanto falta de recursos reduziram o programa habitacional Minha Casa Minha Vida.

Diante da baixa nas vendas, em 2015 o nível de emprego caiu 5,5 por cento sobre 2014, com fechamento de 50 mil vagas em um universo de 1 milhão de trabalhadores. A expectativa para o nível de emprego em 2016 é que acompanhe o ritmo de queda das vendas, disse Cover.

Considerando apenas dezembro, as vendas de materiais de construção caíram 13,7 por cento em relação a novembro e 16 por cento na comparação com o mesmo mês um ano antes.

Fonte: Reuters