Em reunião com o presidente Michel Temer, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins, comunicou o apoio à reforma da Previdência Social para destravar investimentos e restringir privilégios. Além disso, ele defendeu os critérios de seleção de municípios para construção de unidades habitacionais do faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida. Considera, no entanto, que é preciso dar prioridade às empresas que já estão prontas para dar início às obras.
Segundo Martins, para que o setor volte a crescer e a gerar empregos, é preciso resolver o problema de falta de capital da Caixa, que impede o aumento do ritmo de empréstimos para a habitação. Além disso, destacou a necessidade de medidas para dar maior segurança jurídica para investimentos do setor privado em concessões como de pequenos municípios. “Não viemos aqui para pedir para botar dinheiro, viemos pedir para que sejam criadas condições para que o investimento volte.”
Sobre as críticas feitas pelo ministro das Cidades, Alexandre Baldy, ao sistema de seleção, elaborado pela equipe do ex-ministro Bruno Araújo para construção de moradias da faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida, Martins disse que, em sua avaliação, os critérios são técnicos e não políticos.
Segundo apurado pelo Valor, a ideia de Baldy era revogar a portaria feita pela equipe de Araújo definindo os critérios de seleção. Mas, por enquanto, nada aconteceu. A avaliação na ocasião era de que as cidades ligadas a parlamentares do Centrão tiveram atendimento aquém do desejado, ao contrário do que teria acontecido com as de tucanos.
Para acelerar as obras do Minha Casa, Minha Vida, Martins propôs que construtoras que perderem o prazo para cumprimento das exigências previstas nos critérios de seleção sejam colocadas no fim da fila para assinatura de contratos para construção de moradias do programa. A ideia é priorizar quem já está preparado para assinatura do contrato para acelerar a construção de unidades habitacionais e ajudar no aumento da geração de emprego pelo setor da construção civil. Baldy não participou dessa reunião entre entidades do setor da construção civil e o presidente Michel Temer.
No início de novembro, o Ministério das Cidades divulgou portaria com a seleção dos projetos para construção de 54.089 unidades em municípios de vários Estados brasileiros. A meta de contratação da faixa 1 (renda mensal de até R$ 1,8 mil) para este ano é de 170 mil unidades.