A Caixa Econômica Federal começou a disponibilizar contratos do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) para famílias com renda de até R$ 12 mil. Os clientes podem financiar até 80% do valor de imóveis novos em qualquer região do país. Para imóveis usados, a cota é de 60% nas regiões Sul e Sudeste, e de 80% nas demais. O valor máximo de compra e venda é de R$ 500 mil.

A pedido da IstoÉ Dinheiro, a advogada e especialista em financiamento imobiliário Daniele Akamine comparou o financiamento na nova modalidade com a antiga.

O comparativo “deixa evidente a superioridade do MCMV em diversos aspectos”, explica a especialista. “O primeiro ponto que salta aos olhos é a redução da taxa de juros: enquanto o SBPE aplica 11,49% ao ano, considerando a menor taxa do mercado, a nova regra do MCMV oferece 10,50%”, diz.

É importante destacar que a taxa de juros nominal exibida pela Caixa Econômica Federal é de 10%, porém a taxa efetiva, ou seja, a taxa de fato cobrada diante dos prazos avaliados.

Veja a comparação dos juros nas tabelas a seguir para um financiamento em 360 meses (30 anos).

Financiamento de R$ 200 mil

Nesta faixa de preço, o financiamento através do MCMV fica R$ 27.065,41 mais barato do que no modelo SBPE. As parcelas também são menores durante todo o período. Como mostra a tabela acima, as prestações possuem valores menores ao longo de todo o parcelamento.3031

Financiamento de R$ 300 mil

Para um financiamento um pouco maior, de R$ 300 mil, a diferença de preços diminui um pouco. Ainda assim, o novo MCMV custa R$ 24.705,59 a menos do que o tradicional modelo SBPE.

“Essa diferença de quase um ponto percentual representa uma economia substancial ao longo do financiamento, reduzindo o custo total do imóvel e tornando as parcelas mais acessíveis ao longo do tempo”, sintetiza Akamine.

MCMV amplia acesso a imóveis mais caros

Com a redução do valor do financiamento, a especialista explica que fica mais fácil financiar valores maiores. “Isso significa maior poder de compra para o mutuário, que pode buscar imóveis com melhores condições”, diz.

A advogada afirma que 1 ponto percentual de diferença na taxa de juros pode tornar cerca de 250 mil famílias brasileiras elegíveis ao financiamento habitacional. “Em um país com grande informalidade no trabalho e renda concentrada, essa abertura é fundamental para inclusão econômica e social”, analisa.

Como funciona o MCMV

O programa Minha Casa, Minha Vida oferece opções de financiamento imobiliário mais barato para pessoas de baixa renda e para a classe média, além de imóveis gratuitos para pessoas em situação de rua.

Os preços mais baratos de financiamento são alcançados através de subsídios do governo. Para acessá-los, é necessário renda mensal enquadrada em uma das faixas contempladas pelo programa. São elas:

• Faixa 1: renda familiar de até R$ 2.850,00. Conta com subsídio até 95% do valor do imóvel;
• Faixa 2: renda familiar de R$ 2.850,01 a R$ 4,7 mil. Conta com subsídio de até R$ 55 mil e juros reduzidos;
• Faixa 3: renda familiar de R$ 4.700,01 a R$ 8,6 mil. Não tem subsídios, mas conta com opções facilitadas de financiamento;
• Faixa 4: A nova do “MCMV Classe Média”. Abrange renda familiar de R$ 8 mil a R$ 12 mil. Oferece taxa de juros nominal a partir de 10% e opção de financiamento em até 420 parcelas.

Existe ainda um teto para o valor dos imóveis e do financiamento. No caso da nova Faixa 4, o teto é de R$ 500 mil para o valor da casa ou do apartamento, e de R$ 400 mil para a parte financiada.

“O governo federal e a Caixa têm a expectativa de beneficiar cerca de 120 mil famílias ainda em 2025, que terão melhores condições para realizar o sonho da casa própria, graças ao Programa Minha Casa, Minha Vida”, afirmou o presidente do banco, Carlos Antônio Vieira Fernandes.

Por Matheus Almeida

Quanto custa financiar um imóvel pelo MCMV para classe média? Veja simulações – ISTOÉ DINHEIRO