A MRV Engenharia pretende elevar a distribuição de dividendos extraordinários como consequência do lucro líquido e da geração de caixa que vêm sendo obtidos. “Nossa alavancagem está perto de zero. Daqui para frente, a geração de caixa anualizada tende a ficar muito próxima ao lucro líquido. A tendência é distribuirmos um pouco mais de dividendos”, diz o copresidente, Rafael Menin.
No terceiro trimestre, a MRV gerou caixa de R$ 242 milhões e, no acumulado de janeiro a setembro, R$ 425 milhões. A alavancagem medida por dívida líquida sobre patrimônio líquido ficou em 5,2% no fim de setembro.
O lucro líquido da MRV caiu 13,8% no terceiro trimestre, para R$ 174 milhões. No terceiro trimestre de 2017, a companhia havia registrado na rubrica “outras receitas operacionais” ganho de R$ 46,5 milhões decorrente da capitalização da controlada de Log Commercial Properties.
A receita líquida cresceu 8,6%, para o recorde de R$ 1,35 bilhão. A margem bruta caiu de 34,1%, no terceiro trimestre de 2017, para 33% de julho a setembro. A equivalência patrimonial ficou negativa em R$ 8 milhões, ante o valor positivo de R$ 1 milhão registrado no terceiro trimestre de 2017.
Menin, diz estar otimista com o desempenho da MRV no quarto trimestre. A incorporadora mantém a meta de fechar o ano com 50 mil unidades lançadas. Há expectativa de vender o mesmo volume no próximo ano.
Segundo o executivo, à medida que o cenário eleitoral ficou mais definido e que “os discursos dos dois principais candidatos [Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT)] convergiram mais para o centro”, o fechamento de negócios aumentou. “Os dez últimos dias de outubro foram muito bons”, conta Menin.
Na avaliação do copresidente da MRV, o cenário de 2019 será desafiador – principalmente, pela questão fiscal que precisa ser equacionada -, mas melhor do que o deste ano e de 2017. “No último um ano e meio, tivemos um governo extremamente frágil”, diz o executivo, acrescentando que o fato de Bolsonaro ser um presidente eleito tornará seu governo “um pouco menos complexo”.
Segundo Menin, conversas iniciais com representantes do novo governo apontam que o setor de construção é “muito bem visto”. “O setor é íntegro, gera empregos e superávit primário”, diz. Segundo ele, não há preocupação quanto à continuidade do Minha Casa, Minha Vida, nas faixas 2 e 3. “Do VGV Minh Minh [Valor Geral de Vendas] de cada unidade da faixa 3 vendida, a parcela de subsídios corresponde a 0,7%, enquanto os impostos gerados respondem por 4%”, afirma.
A RNI Negócios Imobiliários, que também divulgou balanço ontem, reverteu o prejuízo de R$ 12,96 milhões do terceiro trimestre de 2017 e obteve lucro líquido de R$ 2,5 milhões de julho a setembro. A receita líquida da companhia caiu 22%, para R$ 57,3 milhões. A margem bruta aumentou de 9,7% para 31,9% no período de julho a setembro. Houve redução do impacto dos distratos no resultado bruto. As despesas gerais e administrativas caíram 32%, para R$ 10,17 milhões. O resultado financeiro cresceu 3,18 vezes no intervalo, para R$ 4,982 milhões.