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Juventude impulsiona boom habitacional: mais de 1,2 milhão de contratos do Minha Casa, Minha Vida em cinco anos

Dados do governo e do setor privado mostram que brasileiros de até 30 anos já representam a maioria dos contratos do programa habitacional federal.

Na contramão da ideia de que os jovens não se interessam pela casa própria, os brasileiros entre 18 e 30 anos se tornaram protagonistas no programa habitacional mais popular do país. De 2020 a 2025, mais de 1,2 milhão de contratos do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) foram firmados com essa faixa etária — o que representa 51% do total de financiamentos habitacionais realizados com recursos do FGTS no período, segundo dados do Ministério das Cidades.

A MRV&CO, uma das principais construtoras do país, confirma a tendência: em sua carteira, a participação de jovens nos contratos saltou de 28,5% em 2020 para 61,4% até maio de 2025 — um crescimento de 43,9%. A companhia atua fortemente no MCMV, com 95% de seus contratos vinculados ao programa.

Desde a retomada do programa em 2023, o MCMV passou por uma série de reformulações que ampliaram sua atratividade. Entre as mudanças estão a exigência de terrenos bem localizados, a inclusão de varandas e bibliotecas nos projetos e condições facilitadas de financiamento, como juros abaixo do mercado e prioridade para famílias chefiadas por mulheres. Outro atrativo é o Desconto MCMV, que pode abater até R$ 55 mil no valor de entrada do imóvel. Além disso, a modalidade MCMV Cidades passou a permitir que prefeituras e parlamentares façam aportes complementares para viabilizar o acesso à moradia.

Com essas medidas, o programa voltou a crescer: 1,5 milhão de moradias foram contratadas entre 2023 e 2025, e a meta é ultrapassar 2,5 milhões de unidades até 2026, consolidando o MCMV como a maior política habitacional da história brasileira.

Para o secretário nacional de Habitação, Augusto Rabelo, os números refletem uma mudança de percepção entre os jovens. “O interesse dos mais novos em conquistar a casa própria mostra que o programa oferece condições reais para todas as faixas etárias. Vamos continuar trabalhando para ampliar esse acesso”, afirmou.

Sonhos concretizados

Pedro Lucas, de 23 anos, viu sua trajetória mudar depois de encontrar um anúncio do programa nas redes sociais. Morador de Águas Lindas (GO), ele contratou o primeiro imóvel com a ajuda de uma corretora. “Eu pagava um aluguel bem mais caro do que a prestação da minha casa”, diz. Para ele, a casa própria é mais do que estabilidade financeira: “Muita gente prefere gastar com balada, mas eu decidi investir no meu futuro. Agora penso na segurança da minha família”.

Aos 24 anos, Valéria da Silva também realizou o sonho da casa própria em Mossoró (RN). Mãe de quatro filhas, ela é a primeira da família a conquistar um imóvel. “Ter conforto e aconchego é diferente. Receber essa casa é um privilégio”, afirmou.

“O Minha Casa, Minha Vida também é uma política para quem está começando a vida. Muitos jovens estão adquirindo o primeiro imóvel. O programa respeita o momento e a renda de cada família”, ressaltou o secretário-executivo do Ministério das Cidades, Hailton Madureira.

Classe Média entra no radar

Lançado em abril de 2025, o Minha Casa, Minha Vida: Classe Média amplia o escopo do programa para famílias com renda entre R$ 8,6 mil e R$ 12 mil, com financiamento via Fundo Social. A nova faixa já registra mais de 560 mil simulações no site da Caixa, com 12 mil contratos em andamento. A meta é alcançar 120 mil unidades habitacionais.

“Em cerca de 40 dias, já atingimos 10% da meta. A procura tem sido expressiva”, disse o diretor executivo de Habitação da Caixa Econômica Federal, Roberto Carlos Ceratto.

Por Assessoria Especial de Comunicação Social do Ministério das Cidades

Juventude impulsiona boom habitacional: mais de 1,2 milhão de contratos do Minha Casa, Minha Vida em cinco anos — Ministério das Cidades