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Em 2025, cenário econômico desafiador modula expectativas para o setor da construção

O setor da construção brasileira fechou 2024 com um desempenho positivo, superando as expectativas: com crescimento de 4,1%, a indústria da construção apresentou avanços expressivos, impulsionados pelo dinamismo da economia nacional, a retomada do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e um mercado imobiliário aquecido. No entanto, desafios como a alta sucessiva da taxa de juros e o aumento dos custos do setor  marcaram o ano e seguem como pontos de atenção para 2025.

“O setor demonstrou resiliência e capacidade de crescimento, mesmo diante de desafios macroeconômicos. Geramos mais de 200 mil novos empregos com carteira assinada, totalizando 2,948 milhões de trabalhadores formais, e observamos um aumento expressivo nos lançamentos e vendas do mercado imobiliário”, afirma Renato Correia, presidente da CBIC.

Apesar dos bons resultados, a construção enfrentou entraves significativos em 2024, dentre eles a oferta de crédito. “Os juros elevados impactaram a captação da poupança, uma das principais fontes de financiamento imobiliário, e o aumento dos custos do setor preocupou os empresários”, explica Correia. O índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma alta de 6,54%, com um aumento ainda mais expressivo nos custos com mão de obra (8,56%). Para 2025, a expectativa é que a pressão dos custos continue, impulsionada pelo dólar elevado e pelos desafios na qualificação da mão de obra.

A CBIC projeta uma expansão de 2,3% para 2025, um ritmo mais moderado em comparação a 2024. “Apesar do crescimento esperado, a alta taxa de juros pode impactar a expansão do setor, sobretudo no mercado imobiliário de média e alta renda e nas pequenas obras e reformas”, destaca o presidente da CBIC.

 O papel da CBIC na construção de um ambiente favorável

Para garantir um crescimento sustentável do setor, a CBIC tem atuado ativamente em diversas frentes. “Nosso foco principal em 2025 será a melhoria do ambiente de negócios, promovendo inovação, sustentabilidade e ampliação dos investimentos”, afirma Correia. A entidade segue dialogando com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para defender pautas como a sustentabilidade do FGTS, a tributação justa para o setor e a redução da litigiosidade.

Outro aspecto essencial para o avanço da construção é a qualificação profissional. “Temos buscado parcerias com instituições como o Sesi e o Senai, com quem já atuamos, para ampliar a capacitação de trabalhadores, suprindo a demanda por mão de obra qualificada e garantindo maior eficiência no setor”, destaca.

Minha Casa, Minha Vida e infraestrutura como motores do crescimento

O Programa Minha Casa, Minha Vida seguiu como um dos grandes motores da construção civil em 2024 e a expectativa é que continue impulsionando o setor em 2025. “A ampliação do MCMV trará impactos positivos na geração de empregos e na redução do déficit habitacional”, explica o presidente da CBIC. 

Além disso, a infraestrutura poderá ser um fator de alavancagem para o crescimento do setor, especialmente com investimentos privados já contratados. “O setor precisa de um ambiente macroeconômico estável para continuar crescendo. Redução da taxa de juros e investimentos em infraestrutura são fundamentais para que possamos superar os desafios e manter o setor como um dos motores da economia nacional”, conclui Renato Correia.

Segundo ele, com desafios a serem superados, mas também oportunidades de crescimento, o setor da construção inicia 2025 com a expectativa de continuar contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Por Agência Cbic

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