Com R$ 1,7 trilhão, novo PAC foca em moradia, mobilidade urbana e energia

Com R$ 610 bilhões, o maior investimento previsto é para eixo Cidades Sustentáveis e Resilientes, que prevê a construção de imóveis do MCMV e o financiamento para atender as famílias mais carentes

O novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) foi lançado, nesta sexta-feira, e tem previsão total de R$ 1,7 trilhão em investimentos públicos e privados, com foco principal para o programa MCMV (Minha Casa, Minha Vida), que irá receber R$ 610 bilhões. A cerimônia foi realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros.
Os principais objetivos do PAC são gerar emprego e renda, reduzir desigualdades sociais e regionais e acelerar o crescimento econômico. Do total de recursos para o novo PAC, R$ 371 bilhões virão do Orçamento Geral da União. O setor privado entra com R$ 612 bilhões. As empresas estatais vão aportar R$ 343 bilhões, especialmente a Petrobras, e mais R$ 362 bilhões virão de financiamentos. A previsão é que R$ 1,4 trilhão sejam aplicados até 2026 e o restante após essa data.
O presidente Lula disse que o papel do Programa é colocar a capacidade do estado a serviço dos sonhos da população brasileira. Ele garantiu que o governo federal assumiu o compromisso moral de retomar a construção de obras paralisadas. “Não vamos admitir mais que o sonho de uma nova escola, de um novo hospital, de um novo equipamento público e de uma nova estrada se torne o pesadelo de uma obra inacabada jogada às moscas”, disse o presidente.
O programa terá nove eixos de investimentos. Com R$ 610 bilhões, o maior investimento previsto é para o eixo Cidades Sustentáveis e Resilientes, que prevê a construção de novas moradias do MCMV e o financiamento para aquisição de imóveis. Também há previsão de investimentos na modernização da mobilidade urbana de forma sustentável, em urbanização de favelas, esgotamento sanitário, gestão de resíduos sólidos e contenção de encostas e combate a enchentes.
O eixo Transição e Segurança Energética terá R$ 540 bilhões para obras de expansão da capacidade de energia elétrica e aumento da capacidade de produção de derivados e de combustíveis de baixo carbono. Segundo o governo, 80% do acréscimo da capacidade de energia elétrica virá de fontes renováveis.
Os investimentos em rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias somam R$ 349 bilhões, no eixo Transporte Eficiente e Sustentável. O objetivo é reduzir os custos da produção nacional para o mercado interno e elevar a competitividade do Brasil no exterior.
O Novo PAC incluiu novos eixos de atuação como a Inclusão digital e Conectividade, com investimento total de R$ 28 bilhões. O objetivo é levar internet de alta velocidade a todas as escolas públicas e unidades de saúde. Além de expandir o 5G, o intuito é levar rede 4G a rodovias e regiões remotas.
O eixo Saúde terá investimento total de R$ 31 bilhões, com a previsão de construção de novas unidades básicas de saúde, policlínicas, maternidades e compra de mais ambulâncias. Na Educação, a prioridade será a construção de creches, escolas de tempo integral e a modernização e expansão de institutos e universidades federais, com investimentos de R$ 45 bilhões.
Os investimentos em recursos hídricos, na revitalização das bacias hidrográficas em ações integradas de preservação, conservação e recuperação estão no eixo Água para Todos, com investimentos de R$ 30 bilhões. O objetivo é garantir água de qualidade e em quantidade para a população, chegando até as áreas mais remotas do país.

NOVA ETAPA
Uma nova etapa do PAC será lançada em setembro, com a publicação de editais que somam R$ 136 bilhões para a seleção de outros projetos prioritários de estados e municípios. “Vamos intensificar a partir de setembro o diálogo com os municípios”, disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Os editais vão incluir ações para urbanização de favelas, abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos, mobilidade urbana e prevenção a desastres naturais, unidades básicas de saúde, policlínicas e maternidades, creches, escolas e ônibus escolares. Também haverá ações para cultura e esportes.

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