Presidente entregou 320 apartamentos populares em Caxias do Sul. Foram agraciadas famílias com renda de até R$ 1,6 mil no programa.
A presidente Dilma Rousseff participou na manhã desta segunda-feira (7) da solenidade de inauguração de 320 apartamentos do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Durante a solenidade, foi aplaudida por muitos apoiadores que lotaram a estrutura montada ao lado dos condomínios Campos da Serra VIII, IX e X, e criticou a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Polícia Federal como parte da Operação Lava Jato.
Dilma chegou a Caxias do Sul pouco depois das 9h, de helicóptero. Cerca de 20 minutos mais tarde, ela chegou ao local para realizar a entrega simbólica a uma das famílias beneficiadas. Após observar o prédio recém-construído, ela cumprimentou os moradores e entrou no apartamento. Do lado de fora dos prédios, os apoiadores observavam a visita por meio de um telão. Em alguns momentos, foram ouvidos gritos de “não vai ter golpe” e “Dilma guerreira”.
Os imóveis na cidade gaúcha, cada um avaliado em R$ 64 mil, custaram ao Planalto R$ 20,4 milhões. O evento marcou também a entrega de 432 apartamentos em Três Lagoas (MS), avaliados em R$ 60,8 mil, com investimento de R$ 26,2 milhões; 306 residências em Paracatu (MG), avaliados em R$ 51,4 mil, com investimento de R$ 15,7 milhões, e outras 400 unidades em Jundiaí (SP).
A solenidade teve início por volta das 10h. Na chegada das autoridades, Dilma e o deputado federal Pepe Vargas (PT), ex-prefeito de Caxias do Sul, foram muito aplaudidos.
Já o atual prefeito, Alceu Barbosa Velho, foi vaiado. Em seu discurso, ele chegou a ser interrompido ao afirmar que não há na cidade “nenhuma maca em corredor de hospital”. “Investimos na Saúde além dos 15% (previstos na legislação)”, prosseguiu após os ruídos do público. Por fim, manifestou apoio à chefe do Executivo. “A recebemos com toda a fidalguia que uma presidente da república merece”, afirmou.
Em sua manifestação sobre os apartamentos entregues em Caxias do Sul, Dilma ressaltou que, com cerca de 3 milhões de unidades já entregues desde o início, o programa habitacional é o maior da América Latina.
“Temos o maior programa habitacional de habitação que existe na América Latina. Não vou falar do mundo porque não tenho certeza disso, mas da América Latina é”, declarou. “É uma conquista alcançada. Dá muito orgulho para as pessoas, é um sonho realizado”, continuou a presidente na entrega dos blocos 8, 9 e 10 do Condomínio Campos da Serra.
Em Caxias do Sul, foram agraciadas pessoas inscritas na primeira faixa do programa Minha Casa Minha Vida, com renda de até R$ 1,6 mil.
Dilma afirmou que o programa atende, principalmente, àquelas famílias que não teriam condições de comprar casa sem o subsídio do governo, que chega a representar 95% do valor do imóvel.
Crítica à condução coercitiva de Lula
Mas também teve espaço para que a presidente comentasse mais uma vez a 24ª etapa da operação Lava Jato, que levou em condução coercitiva o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para depoimento à Polícia Federal.
“O presidente Lula, justiça seja feita, nunca se julgou melhor do que ninguém, sempre aceitou, convidado para prestar depoimento sempre foi. Então, não tem o menor sentido conduzi-lo sob vara para prestar depoimento se ele jamais se recusou a ir”, reclamou.
Vírus da Zika
Outro assunto destacado pela presidente foi o combate ao vírus da zika. Dilma pediu para que a população faça vistorias frequentes para que o mosquito Aedes aegipty, transmissor também de dengue e febre chikungunya, se prolifere. Ela garantiu esforço em busca de uma vacina contra zika.
“O vírus zika precisa de água parada, limpa ou suja, é lá que se reproduz. Temos feito uma política muito forte para buscar a vacina do zika. A vacina da dengue está sendo desenvolvida no Instituto Butantan em parceria com o governo federal e fundação de saúde dos Estados Unidos. Mas a vacina se dá ao longo de anos, tem que ver se, de fato, é efetiva e fazer ajustes. Nesse tempo entre a descoberta da vacina temos que combater o mosquito, impedir que se reproduza”, salientou.
Chegada ao RS
Esse foi o primeiro compromisso oficial da mandatária após o encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na última sexta-feira (4) foi levado por condução coercitiva para depor à Polícia Federal na Operação Lava Jato. Ainda nesta segunda, a presidente embarca de volta para Brasília.
Dilma chegou a Porto Alegre ainda no sábado (5) após encontro com o ex-presidente em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Pouco antes das 17h, ela desembarcou na base aérea de Canoas, na Região Metropolitana, de onde seguiu para a Zona Sul da capital gaúcha, onde tem um apartamento.
Cerca de uma hora depois da chegada de Dilma à residência, um grupo de manifestantes foi até o local para protestar contra o governo do PT. Eles carregavam bandeiras do Brasil e bonecos infláveis do ex-presidente Lula. No domingo (6) pela manhã, cerca de 20 pessoas se reuniram em frente ao prédio em um ato de apoio a ela e a Lula.
No dia seguinte, foi a vez de manifestantes de apoio ao governo realizaram uma ato em frente ao prédio onde Dilma tem apartamento. Eles também apoiaram o ex-presidente Lula.
Encontro com Lula em São Paulo
Dilma foi ao apartamento de Lula no começo da tarde para dar apoio ao ex-presidente. O encontro durou pouco mais de uma hora. Às 14h30, Dilma desceu para cumprimentar os militantes e acenar para as pessoas que desde cedo esperavam no local. Ela não falou com a imprensa e voltou para dentro do prédio. Logo depois, deixou o local.
Fonte: G1