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ABC marca presença em reunião estratégica sobre descarbonização na Construção Civil

A Associação Brasileira das COHABs e Agentes Públicos de Habitação (ABC) participou da reunião ministerial do Grupo de Trabalho Sustentabilidade Ambiental e Climática do G20, realizada em 27 de fevereiro de 2025, para acompanhar a apresentação do projeto EDinova, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

A iniciativa, que tem como objetivo promover a descarbonização das edificações do setor da construção civil no Brasil, conta com aporte de US$ 10 milhões do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e deverá receber contrapartida do governo brasileiro por meio de linhas de crédito e financiamento.

O projeto também tem a participação do Conselho Brasileiro da Construção Sustentável (CBCS) e o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA/ONU), como agência implementadora.

De acordo com o MCTI, o setor da construção emite 139 milhões de toneladas de CO2 por ano. Entre os desafios que devem ser enfrentados pelo Brasil para ter edifícios net-zero estão o alto consumo de água e energia, grandes quantidades de resíduos nos processos de construção, baixa eficiência energética e desperdício na operação de equipamentos.

O projeto EDinova busca impulsionar a adoção de tecnologias e políticas públicas inovadoras, considerando tanto o carbono incorporado quanto o carbono operacional ao longo do ciclo de vida das edificações. Para isso, está estruturado em quatro componentes principais:

  • C1 – Políticas públicas e ambiente regulatório propício à transição para a construção de baixo carbono: Visa a construção e adoção de um roteiro (roadmap) em conjunto com os governos federal, estaduais e municipais, com regulamentações que aumentem a coerência das políticas e fortaleçam os ecossistemas de inovação para acelerar a expansão de edifícios com zero emissão de CO2 (net-zero).
  • C2 – Sensibilização e demonstração da viabilidade de edificações de baixo carbono: Focado em fornecer evidências e dados sobre a viabilidade social, econômica e ambiental de construções net-zero, para os principais tomadores de decisão nacionais, gestores e financiadores públicos, iniciativa privada e sociedade civil, considerando as oito regiões bioclimáticas do país.
  • C3 – Incentivos e instrumentos de financiamento: Busca fortalecer instrumentos inovadores de financiamento para expansão e garantia de investimento de longo prazo em edifícios de baixa emissão e net-zero, envolvendo instituições bancárias, de fomento e investimento.
  • C4 – Gestão da informação e do conhecimento: Tem como objetivo criar uma plataforma de conhecimento para compartilhar experiências, difundir boas práticas e lições aprendidas, além de capacitar agentes do setor público e privado.

Participação da ABC se destaca nos itens C2 e C4

A ABC terá um papel fundamental na Campanha de Conscientização e Engajamento (prevista no item C2), utilizando sua ampla rede de contatos e experiência para disseminar informações e promover a adesão às práticas de construção sustentável entre os agentes do setor habitacional. Além disso, a ABC contribuirá significativamente para a Capacitação dos Agentes do Setor (prevista no item C4), oferecendo seu conhecimento e expertise para o desenvolvimento de programas de formação e workshops, direcionados aos responsáveis pela Política de Habitação Social no país.

O diretor executivo da ABC, Nelson Szwec, ressaltou a importância da iniciativa e o compromisso da associação com a sustentabilidade no setor habitacional. “A ABC acredita que o projeto EDinova representa um marco para a construção civil brasileira. Estamos prontos para colaborar ativamente, especialmente na conscientização e na capacitação dos agentes, para que a Habitação de Interesse Social no Brasil seja cada vez mais sustentável e eficiente”, afirmou.

Lançamento no segundo semestre de 2025

O projeto EDinova tem lançamento previsto para o segundo semestre de 2025 e duração de 4 anos, com monitoramento e avaliação do desenvolvimento durante todo o período de execução.

Além de representar um esforço conjunto para mitigar as emissões de gases de efeito estufa, aprimorando o arcabouço político-institucional, implementando projetos piloto, implantando inovações tecnológicas e disseminando boas práticas, também alinha o setor da construção com as metas e objetivos da COP30, que será realizada em Belém do Pará, em novembro de 2025.