O Smart City reuniu gestores públicos, empresários e ONGs de diversos países em busca de novos modelos de soluções sustentáveis
O Smart City Business América Congress & Expo, maior evento da América Latina de soluções urbanas sustentáveis, realizou a 4ª edição na cidade de Curitiba, de 27 a 29 de março de 2016. convidada para participar do evento, a ABC reuniu especialistas para debater três temas: experiências habitacionais na América Latina; utilização da energia fotovoltaica na habitação de interesse social e destinação final de resíduos sólidos nos grandes centros urbanos. cada uma das mesas de diálogo contou com uma plateia de mais de cem pessoas, de vários países.
Sistema fotovoltáico nos programas habitacionais
Energia fotovoltaica é a energia elétrica produzida a partir de luz solar, e pode ser produzida mesmo em dias nublados ou chuvosos. Quanto maior for a radiação solar, maior será a quantidade de eletricidade produzida. O uso
desse sistema na habitação de interesse social foi o outro tema levado pela ABC ao Smart City.
A presidente da Companhia de Habitação Popular da Paraíba, Emília Corrêa Lima, apresentou a experiência que o seu estado desenvolveu em 2015 em quatro conjuntos habitacionais. Foram instalados painéis solares, sendo que o inversor de luz solar foi ligado à rede de energia elétrica do conjunto habitacional. Isso possibilita economia na conta mensal, uma vez que a quantidade de quilowatts produzidos será deduzida do total a ser pago.
Caixa Econômica Federal, representada pela Gerente Executiva de Habitação em Curitiba, Melissa Balbi Romão e pelo Gerente Executivo de Governo, Leonardo Sobreira, apresentou a experiência implementada em Juazeiro, na Bahia, sob a ótica da geração de renda para os moradores do conjunto habitacional do PMCMV no ano de 2012.
Nesse projeto, alguns moradores receberam treinamento para operar o sistema no condomínio. A energia gerada era comercializada no mercado e resultou em lucro para os moradores. Parte desse lucro manteve despesas com custeio e investimentos no condomínio e parte foi distribuído em espécie para os moradores. O resultado positivo deveu-se ao fato de que, naquele período, o preço da energia pago pelas empresas estava bastante elevado.
Os trabalhos dessa mesa foram coordenados pelo presidente da Cohab Curitiba, Ubiraci Rodrigues, que ressaltou a importância do investimento nessa matriz energética, limpa e sustentável.
Habitação de interesse social: as experiências no mundo
O debate sobre as experiências exitosas de habitação de interesse social na América Latina contou com a participação do chefe da Unidade de Capacitação e Formação Profissional da ONU-Habitat, Claudio Acioly, e do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, na mesa coordenada pela
presidente da ABC, Maria do Carmo Avesani Lopez.
Claudio Acioly apresentou modelos de produção de habitação social em diversos países dos 5 continentes. A Caixa Econômica Federal, representada pela Gerente Executiva de Habitação em Curitiba, Melissa Balbi Romão e pelo Gerente Executivo de Governo, Leonardo Sobreira, apresentou a experiência implementada em Juazeiro, na Bahia, sob a ótica da geração de renda para os moradores do conjunto habitacional do PMCMV no ano de 2012. Nesse projeto, alguns moradores receberam treinamento para operar o sistema no condomínio. A energia gerada era comercializada no mercado e resultou em lucro para os moradores. Parte desse lucro manteve despesas com custeio
e investimentos no condomínio e parte foi distribuído em espécie para os moradores. O resultado positivo deveu-se ao fato de que, naquele período, o preço da energia pago pelas empresas estava bastante elevado. Os trabalhos dessa mesa foram coordenados pelo presidente da Cohab Curitiba, Ubiraci Rodrigues, que ressaltou a importância do investimento nessa matriz energética, limpa e sustentável. Ele explicou que a ONU-Habitat apoia as nações nas ações de planejamento urbano por meio de políticas sociais, econômicas e ambientais. Acioly destacou que a implementação do desenvolvimento sustentável é um desafio para os gestores públicos, e destacou a importância da parceria público-privada para o desenvolvimento da habitação de interesse social.
O presidente da CBIC defendeu a política de subsídio adotada no Brasil como fundamental para o desenvolvimento do PMCMV, mas manifestou preocupação sobre a necessidade de planejamento eficaz na aplicação dos recursos, de
modo a não comprometer a continuidade do programa.
A energia que vem do lixo
“Não podemos considerar uma cidade como inteligente se ela não for sustentável”, ressaltou o secretário municipal do Meio Ambiente de Curitiba, Renato Eugênio Lima, que abriu a mesa. Ele destacou a importância da educação ambiental e do envolvimento da população para tornar mais eficiente a gestão de resíduos sólidos. Trouxe a experiência do município que construiu Estações de Sustentabilidade como estratégia de gestão colaborativa: “são contêineres de navio reutilizados onde as pessoas são convidadas a separar o lixo, pois cada material tem destinos e valores de reutilização diferentes”. Transformar lixo em biofertilizante e energia foi o foco das apresentações do diretor de Meio Ambiente da Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná), Glauco Requião, e do empresário Heráclito Ribas, da Altrio Consulting Brasil.
Requião falou sobre o projeto desenvolvido no município de Curitiba, pela Sanepar, em parceria público-privada, para a geração de energia a partir da biodisgestão do lodo resultante do tratamento de esgotos sanitários que ainda resulta na produção de biofertilizante com nutrientes para o cultivo agrícola. Heráclito Ribas abordou o projeto desenvolvido na Alemanha e que está sendo discutido em algumas cidades brasileiras pelo qual converte-se quase 50% do lixo seco em óleo diesel, podendo ser processados resíduos sólidos domésticos, industriais e hospitalares: “com 10 toneladas de material reciclado podem ser criadas 5 toneladas de eco-diesel”. O processo é econômico do ponto de vista de rentabilidade e custos de manutenção, pois toda a receita gerada pelo diesel em energia elétrica consegue pagar todo o investimento em até três anos. Além disso, o diesel produzido não precisa de permissões ou adaptações especiais de fabricantes de motores.
A consultora técnica de sustentabilidade da CBIC e do Sinduscon-SP, Lilian Sarrouf, relatou que em São Paulo foi desenvolvida uma parceria entre o setor privado e o governo do estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e da Central de Treinamento e Encaminhamento (CTESP), para a idealização de um sistema unificado on-line que gerencia os resíduos da construção civil. O projeto pretende monitorar cidades e municípios para saber de onde os resíduos saíram e seu destino final. Além disso, os gestores poderão fazer seus planos de resíduos on-line.