Enquanto o cenário para as grandes construtoras listadas na bolsa ainda é de penúria, a MRV deve apresentar mais um balanço com alta nos resultados
A MRV dá início, nesta quarta-feira, à divulgação de resultados do setor imobiliário bolsa. Mas os número da companhia não servem como parâmetro do setor. Enquanto o cenário para as grandes construtoras listadas na bolsa ainda é de penúria, a MRV deve apresentar mais um balanço com alta nos resultados.
De acordo com os dados já divulgados, as vendas da MRV cresceram 7,1% neste segundo trimestre, na comparação com o mesmo período de 2016, para 1,45 bilhão de reais. Para analistas, a MRV deve apresentar uma alta de 10% no seu lucro, totalizando 151 milhões de reais. O resultado é reflexo do setor em que ela atua: o de habitação popular, que ainda tem crédito farto com o programa do governo federal Minha Casa Minha Vida. Os bons números fizeram da empresa a vencedora na categoria construção da premiação de 2017 de Melhores e Maiores de EXAME, em cerimônia realizada na segunda-feira 09.
Além da MRV, as construtoras Tenda e Direcional também tem obtido um avanço nos números por conta do Minha Casa Minha Vida. Juntas, Tenda, MRV e Direcional tiveram uma alta de 22% nas vendas no primeiro semestre do ano, de acordo com as prévias já divulgadas, totalizando 3,33 bilhões de reais.
Já no segmento de médio e alto padrão, a crise continua. O setor, que ainda enfrenta escassez de crédito, deve ser um dos últimos da bolsa a apresentar melhoras. A regulamentação dos distratos, tão esperada pelo setor, também ainda não aconteceu, e os números de devoluções de imóveis continuam pesando no balanço das companhias – foram 7,5 bilhões de reais em 2016.
No primeiro semestre do ano, os lançamentos das principais construtoras continuou a cair. Cyrela, Even, Eztec, Gafisa e Rodobens lançaram 1,44 bilhão de reais, queda de 13% na comparação com o mesmo período de 2016. Além da MRV, CR2, Direcional, Helbor, Gafisa, Eztec, Cyrela e Tecnisa divulgam seus resultados ao longo desta semana.
A visão de analistas é que, com juros mais baixos (ocasionados pela queda da Selic) e um avanço da economia, o setor deve, enfim, começar sua recuperação. Mas só em 2018. Até lá, enquanto o aperto continua, a MRV comemora.