A Construção Civil brasileira criou, no mês de junho, 10.665 empregos formais, resultado da diferença entre 203.901 admissões e 193.236 desligamentos, segundo dados do Novo Caged divulgados pelo Ministério do Trabalho na terça-feira (5). Apesar do saldo positivo em todos os meses do primeiro semestre, o setor registrou redução no ritmo de contratações nos últimos dois meses.
Após gerar 31.555 vagas em abril e 16.302 em maio, junho teve o menor saldo do ano e o pior desempenho para o mês desde 2020, início da série histórica do Novo Caged e início da pandemia no Brasil. No acumulado de janeiro a junho, foram 159.440 novos postos de trabalho, número 12,02% inferior ao do mesmo período de 2024 e o menor para o semestre desde 2020. Ainda assim, o setor respondeu por 13,04% de todas as vagas criadas no País no período.
O levantamento mostra que todos os segmentos da Construção reduziram o ritmo de geração de empregos em junho, com destaque para a Construção de Edifícios, que respondeu por 21,43% das vagas no mês, bem abaixo dos 50,75% registrados em abril.
O setor enfrenta juros elevados e restrições de crédito. A taxa Selic foi mantida em 15% ao ano pelo Banco Central em julho, maior patamar desde 2006. De acordo com os dados divulgados pela Abecip, o financiamento à produção , com recursos da caderneta de poupança caiu 60,83% passando de 81.858 nos primeiros seis meses de 2024 para 32.065 unidades em iguais meses de 2025, enquanto o valor financiado para construção, nessa mesma base de comparação, recuou 54,17%. Já o crédito para aquisição de imóveis cresceu 3,62% em valor e 8,18% em número de unidades.
Os estados que mais geraram novos empregos no primeiro semestre foram São Paulo (36.152), Minas Gerais (19.921) e Santa Catarina (12.145). Apenas o Acre teve saldo negativo (-98 vagas). Entre os municípios, São Paulo (17.243), Belo Horizonte (9.973) e Rio de Janeiro (5.301) lideraram a criação de vagas.
O salário médio de admissão na Construção Civil em junho foi de R$ 2.453,41, 7,78% acima da média nacional, colocando o setor na segunda posição entre os maiores salários médios de admissão do país.
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) projeta crescimento de 2,3% para a Construção Civil em 2025. Para a economista-chefe da entidade, Ieda Vasconcelos, se confirmado, o resultado será positivo diante de um cenário de juros altos, inflação resistente e incertezas econômicas, ainda que inferior ao de 2024.
Por Agência Cbic
