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MRV Engenharia registra o melhor trimestre da história

Foto: MRV/Divulgação

Dados preliminares da companhia mostram um aumento de 18,8% nas vendas líquidas e redução de 66,1% nos rompimentos de contrato, no acumulado entre julho e setembro

Se o desempenho da maior construtora do Brasil e da América Latina pode servir como um termômetro do mercado imobiliário do país, podese dizer que a crise da construção civil é página virada. Dados preliminares da mineira MRV Engenharia mostram que a companhia registrou o melhor resultado de sua história no terceiro trimestre deste ano.

No período, as vendas líquidas dispararam 18,8% na comparação com o mesmo trimestre de 2018. Além disso, o índice de distratos – quando o comprador desiste do negócio após a assinatura do contrato e exige a devolução de grande parte do valor pago – despencou 66,1% no acumulado entre julho e setembro, no confronto a igual período do ano passado.

O percentual, que alcançou 32% das vendas alguns anos atrás, está hoje entre 11% e 12%, segundo Ricardo Paixão Rodrigues, diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores. “Sem dúvida, a redução dos distratos contribuiu positivamente para esses resultados”, afirma o executivo. “Isso nos proporciona mais previsibilidade e possibilita fazer os investimentos necessários para crescer”.

A performance financeira da MRV também chama a atenção. As vendas líquidas contratadas no terceiro trimestre alcançaram R$ 1,395 bilhão, contra R$ 1,320 bilhão do mesmo intervalo de 2018. No acumulado dos nove primeiros meses deste ano, a receita subiu 8,9%, passando de R$ 3,694 bilhões para R$ 4,023 bilhões de janeiro a setembro de 2019.

“Desde 2015, estávamos comprando muitos terrenos, enxergando o reaquecimento do mercado”, diz Rodrigues. “Agora, esse grande estoque de terrenos nos possibilita fazer muitos lançamentos”, detalha o executivo.

Outra razão que explica a disparada da MRV neste ano é a expansão das vendas fora do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). O segmento avançou 9,8% em Volume Geral de Vendas (VGV), que recebeu funding do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Por outro lado, de acordo com a empresa, foi observado no terceiro trimestre de 2019 uma longa paralisação nas contratações dos financiamentos à construção e nos repasses das vendas do Minha Casa, Minha Vida, que perdurou de 26 de julho a 20 de setembro.

O motivo da paralisação foi a falta de recursos da União para arcar com seu percentual de 10% dos subsídios oferecidos aos clientes do MCMV, ainda que os 90% dos subsídios a serem depositados pelo FGTS estivessem disponibilizados. “As dificuldades do segmento do Minha Casa, Minha Vida não foram capazes de contaminar a indústria da construção como um todo porque as empresas estão com suas estratégias muito bem definidas”, diz o economista Paulo Humberg, especialista em mercado imobiliário pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

LOCAÇÃO 

Assim como as vendas, o segmento de locação está em ritmo acelerado. Neste trimestre, a MRV concluiu “com grande sucesso” a primeira etapa do ciclo Luggo no Residencial Cipreste, em Belo Horizonte. Em poucos meses, a companhia superou as expectativas de atingir 95% de ocupação. Foram locadas todas as 116 unidades do empreendimento, além de ter acumulado uma fila de espera de 50 pessoas.

“Esta marca é muito importante, pois completa a etapa de desenvolvimento, construção e locação das unidades, permitindo iniciarmos a segunda etapa do ciclo Luggo, em que a venda do empreendimento é negociada com um Fundo de Investimento Imobiliário”, acrescenta Rodrigues.

Um fator que traz mais otimismo ao horizonte da MRV e a todo o mercado imobiliário é a trajetória de queda dos juros e, por consequência, acirramento da concorrência entre os bancos.

Com a contínua queda da Selic, atualmente em 5,5% ao ano, e com economistas prevendo que este percentual chegue à casa de 4,5% ainda em 2019, o modelo de negócios da Luggo se torna ainda mais atrativo, de acordo com a MRV. “Estamos muito animados com os resultados deste ano e com as boas perspectivas para o setor nos próximos meses”, afirma Rodrigues.

Fonte: Estado de Minas