A MRV, maior construtora de imóveis econômicos do país, elevou em quase 36 por cento os lançamentos no primeiro trimestre sobre um ano antes, para 1,09 bilhão de reais, segundo prévia operacional divulgada nesta segunda-feira pela companhia.
Já as vendas líquidas contratadas subiram apenas 6 por cento na mesma base comparativa, para 1,3 bilhão de reais, devido a instabilidades no repasse e contratação de financiamento de projetos do Minha Casa Minha Vida (MCMV) pela Caixa Econômica Federal.
“O número de unidades repassadas pela Caixa foi baixíssimo em janeiro e fevereiro, mas é natural que acontecesse isso quando o novo governo assumiu a gestão do programa”, disse à Reuters o copresidente da MRV, Rafael Menin
Na avaliação dele, a decisão da Caixa de elevar os critérios de análise técnica dos projetos comprometeu temporariamente as operações, mas será positiva para o setor como um todo no longo prazo
“Esse ruído de curto prazo que parece ser negativo foi bom. Indica que tanto a Caixa quanto o FGTS estão fazendo ajustes e melhorando a governança do programa”, comentou Menin, destacando que o impacto foi sentido nos 45 primeiros dias do ano.
Devido ao contingenciamento dos recursos do MCMV, a geração de caixa da MRV foi negativa em 19 milhões de reais no primeiro trimestre, interropendo uma série de 26 trimestres consecutivos de resultados positivos.
O executivo ponderou, contudo, que os repasses já foram normalizados e a MRV espera entregar números mais fortes no segundo trimestre. “Março foi melhor que fevereiro e abril será melhor que março…Temos otimismo grande em relação ao segundo trimestre”, afirmou o copresidente da construtora.
As ações da construtora encerraram o dia em alta de 1,9 por cento, a 13,66 reais. O Ibovespa avançou 0,22 por cento.