Número de famílias que não têm onde morar ainda é de 370 mil na capital.
Em cinco anos desde sua implantação, o Plano Diretor de São Paulo foi responsável por um grande aumento na construção de moradias populares na cidade, mas não conseguiu reduzir o déficit habitacional de 370 mil unidades.
Aprovado em 2014 pela gestão de Fernando Haddad (PT), o Plano Diretor aumentou de 9% para 13% a área da capital destinada a pessoas de baixa renda. O número de empreendimentos populares saltou de 2 mil, em 2015, para 25 mil, em 2018.
Com os incentivos, os bairros com mais lançamentos de moradias foram o Butantã (15.338), na Zona Oeste, seguido por Itaquera (5.291), na Zona Leste, e Jabaquara (5.161), na Zona Sul.
Cristina Rabelo foi uma das beneficiadas pelos novos empreendimentos. “Eu vivia na comunidade e era um quarto cozinha bem básico, qualidade de vida nenhuma, e hoje estamos aqui”, afirma a promotora de vendas, que conseguiu financiar apartamento em prédio no Jabaquara.
A região Central também recebeu novas construções. Em frente à estação Júlio Preses da CPTM, no bairro da Luz, foi construído um dos condomínios destinados à população de baixa renda. No entanto, muitos que vivem em ocupações na região não conseguiam uma vaga.
“Com quarto, com sala bonitinha, lavanderia individual, coisa que a gente divide, banheiro individual. Quase dez anos na fila, mas não consegui”, afirma Patrícia Vieira.
Apesar da expansão das zonas de moradias populares e do aumento nas construções do tipo, o déficit habitacional de 370 mil moradias não caiu. Para o relator do Plano Diretor, Nabil Bonduki, a culpa é da crise econômica.
“O Plano Diretor é necessário para produzir habitação social bem localizada, mas ele não é suficiente. É necessário que tenha desenvolvimento de projetos habitacionais e financiamento para que isso possa ser efetivamente produzido”, afirma Bonduki.