Mudança de subsídio e do teto do Minha Casa, Minha Vida gera expectativa no mercado imobiliário

Fabio Cury, presidente da Cury, disse que a empresa tem planos para diferentes resultados do julgamento do FGTS Foto: Carol Carquejeiro/Valor

Incorporadora do segmento econômico lançou R$ 1,4 bilhão em Valor Geral de Venda, no primeiro trimestre, e planeja fazer a maior parte dos seus lançamentos até junho

Ronaldo Cury, diretor de relações com investidores da incorporadora que leva seu sobrenome, entende que o governo não deverá esperar a conclusão do julgamento sobre a mudança na remuneração do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), que está parado no STF (Supremo Tribunal Federal), para anunciar um pacote de mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida.

“Tem pressão muito grande para nomear o Conselho Curador nos próximos dias”, disse Cury, na quarta-feira, dia 10, durante teleconferência com analistas para comentar os resultados da companhia no primeiro trimestre.

Após essa nomeação, o grupo de apoio do Conselho Curador do FGTS deve avaliar as mudanças. Na opinião de Cury haverá aumento do spread da Caixa, para que seja possível elevar de 30 para 35 anos o prazo de financiamento imobiliário em todas as operações; elevação  do teto do MCMV e também da curva de subsídio do programa e a volta de uma linha especial de financiamento, chamada de faixa 4, por atingir imóveis que custem até 150% o valor máximo do MCMV , que em São Paulo é de R$ 264 mil.

A incorporadora, que lançou R$ 1,4 bilhão em VGV (Valor Geral de Venda), no primeiro trimestre, e atua no segmento econômico, planeja fazer a maior parte dos seus lançamentos até junho. Se houver essas mudanças isso pode ajudar a vender os empreendimentos no segundo semestre.

Segundo o presidente da companhia, Fabio Cury, a empresa tem planos para diferentes resultados do julgamento sobre a remuneração do FGTS e considera que, em qualquer um deles, não seria muito afetada. A Cury lança atualmente 40% dos seus produtos fora do MCMV, já dentro do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), e pretende manter  esse patamar em 2023.

Outra expectativa é sobre o detalhamento dos custos e do teto das unidades da faixa 1 do MCMV. Para Ronaldo Cury isso depende da decisão de atuar ou não no segmento. De qualquer forma, essa faixa não deve ultrapassar 10% da receita da incorporadora. “Vamos estudar o assunto, mas não devemos ter 50% da receita vindo dela”, comentou.

A incorporadora atua em São Paulo e no Rio de Janeiro, e aguarda com otimismo a conclusão do novo plano diretor da capital fluminense. “Vai ter uma revolução para os empreendimentos de habitação de interesse social”, afirmou o presidente, com benefícios para as regiões de eixo de transporte.

 

Por Ana Luiza Tieghi, Valor — São Paulo

 

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/05/10/cury-aguarda-mudana-em-curva-de-subsdio-e-no-teto-do-minha-casa-minha-vida-e-volta-de-faixa-4.ghtml