MRV inicia vendas totalmente digitais

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Após escolha da unidade, processo de documentação, análise de crédito e assinatura de contrato entre incorporadora e cliente leva apenas uma hora

A MRV Engenharia deu início, em Belo Horizonte, ao seu processo de venda realizada online em todas as etapas – escolha do apartamento, envio de documentação do cliente para análise do correspondente bancário da Caixa Econômica Federal, aprovação de crédito e assinatura do contrato digital com a incorporadora. Segundo Rafael Menin, copresidente da MRV, após a definição da unidade a ser adquirida, o consumidor pode realizar, por meio da plataforma de vendas digital da companhia, a totalidade do processo em uma hora.

Há intenção que, entre 90 e 120 dias, o modelo que permite a totalidade da venda online, iniciado na capital mineira, seja estendido para todo o país. A plataforma inclui todos os imóveis da MRV para venda – enquadrados no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida ou financiados com recursos de poupança, ou para locação pela plataforma Luggo. “A escalada será muito rápida”, afirma o copresidente.

Com a plataforma digital, o comprador de um imóvel pode optar, de acordo com Menin, pela possibilidade de fazer o processo todo online – com suporte de ferramentas de inteligência artificial que permitem, por exemplo, avaliar qual o apartamento e o plano de pagamento que mais se encaixam à sua necessidade – e sem um profissional de corretagem. Se preferirem, os clientes podem ter a operação assistida, no plantão de vendas, por um corretor, ou realizar a aquisição pela internet com o suporte de corretor virtual.

De acordo com Menin, a MRV pretende oferecer aos clientes um “ecossistema de moradia” completo, em que o consumidor pode, além de comprar unidades novas da incorporadora, vender seu apartamento usado, comparar se vale mais a pena alugar ou comprar imóvel, e contratar produtos e serviços. Esse formato completo será oferecido no prazo de 12 a 18 meses.

De 2014 a 2018, os investimentos da MRV em transformação digital nos processos construtivos e inovações com foco no consumidor somaram R$ 250 milhões. No ano passado, os desembolsos chegaram a R$ 80 milhões. Para 2020, estão previstos R$ 110 milhões.

Já a Tenda tem programados, para este ano, investimentos de R$ 9 milhões em desenvolvimento de produtos digitais, o triplo do valor de 2019, segundo o diretor executivo de marketing e tecnologia da companhia, Luis Martini. Esses aportes não incluem tecnologias relacionadas a infraestrutura e a equipamentos.

Segundo Martini, a Tenda está “mapeando a jornada de compra dos clientes” para, em algum momento, oferecer a possibilidade de realizar a compra 100% digital. Por enquanto, há etapas que podem ser realizadas no formato, como a assinatura digital do contrato. “Nosso cliente vai à loja para tirar dúvidas sobre o programa habitacional, valoriza a visita e confia muito nos agentes de venda”, afirma o diretor.

De acordo com o executivo, uma das operações mais difíceis de serem realizadas no meio digital é a da documentação, pois chega a haver onze anexos a serem enviados. Martini conta que há um aprendizado da Tenda com a plataforma de comercialização criada para imobiliárias parceiras, no ano passado, que será levada à força de vendas própria da Tenda. Essa plataforma foi criada em julho e resultou em crescimento da base de empresas parceiras cadastradas e do número de processos enviados para análise de crédito.

Em 2019, a Tenda lançou aplicativo de vendas que possibilita aos clientes simulações de compra, acesso a conteúdo do Minha Casa, Minha Vida e agendamento de visita a lojas. Outro aplicativo permite a quem já comprou um apartamento emissão de segunda via de boleto e acompanhamento da gestão da obra. “O foco é melhorar a experiência do cliente”, afirma Martini.

Fonte: Valor Econômica