Regulamentação de distratos é mais positivo que reforma, diz Secovi-SP

O presidente do Secovi-SP, Flávio Amary, afirmou nesta terça-feira que se for possível regulamentar os distratos, o impacto da mudança pode ser mais positivo do que se a reforma da Previdência fosse aprovada agora. Amaury disse que há muitos textos que tratam dos cancelamentos de vendas, entre eles o do senador Romero Jucá (MDB-RR).

Segundo ele, a postergação da votação da proposta da Previdência, defendida pelo setor, tem impacto negativo na economia. “Por outro lado, 15 itens, entre eles o distrato, foram incluídos na pauta legislativa, o que traz efeito positivo”, disse Amary..

O economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, destacou que todos os candidatos à presidência da República, independentemente de ser de esquerda ou de direita, precisarão tratar da questão da Previdência durante a campanha eleitoral.

Juros

A entidade também defendeu que as taxas de juros cobradas no financiamento imobiliário sejam reduzidas em decorrência da queda da Selic. “Os bancos estão cobrando juros de 9% a 10,5%. Existe espaço para termos as mesmas taxas de 2010, de 8,5% a 9%”, disse Petrucci. Segundo ele, a cada ponto percentual reduzido da taxa de juros um número expressivo de famílias passa a conseguir contratar o crédito imobiliário.

Amary lembrou que os bancos elevaram as taxas nos períodos de alta da Selic. “Quando ocorre a queda, não vemos reduções de maneira generalizada. Para o mercado imobiliário, o financiamento é fundamental. A relação entre a taxa de juros e a venda é muito importante”, disse.

Segundo Petrucci, o país tem demanda de 1,45 milhão de novos domicílios por ano até 2025. “Nossa atividade formal consegue atender até 50% desse total. Existe uma demanda reprimida”, afirmou o economista-chefe. De acordo com ele, o aumento de preços de imóveis pode ocorrer primeiro em produtos “com maior valor agregado”.

Momento propício

O presidente do Secovi-SP afirmou que o momento é muito propício para a compra de imóveis, pois os preços ainda continuam estáveis em relação aos últimos meses.

No ano passado, os lançamentos residenciais cresceram 48% na cidade de São Paulo, para 28.657 unidades. As vendas de unidades novas tiveram alta de 46,1%, para 23.629 unidades.

Amary ressaltou que a melhora do desempenho do setor no ano passado resulta do cenário econômico, da queda da taxa de juros e do aumento da confiança do consumidor. “O crescimento está ligado diretamente ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida”, disse. Das unidades Min Min vendidas em 2017, 41% tinha preço de até R$ 241 mil.

Segundo o Secovi-SP, há mais negócios no mercado de imóveis usados do que no segundo semestre do ano passado, mas os preços continuam nos mesmos patamares.

Fonte: Valor Econômico