Governo estuda nova linha habitacional para classe média

Para tentar reagir ao aprofundamento da crise política, o governo do presidente Michel Temer estuda medidas para incluir mais famílias de classe média no programa Minha Casa, Minha Vida e dobrar o crédito destinado a micro e pequenas empresas.

O pacote de medidas econômicas do governo será concluído na quinta-feira (15), em reunião dos ministérios da Fazenda, do Planejamento e da Casa Civil. A ideia é que seja divulgado até sexta (16).

Também estão na mesa de discussões um novo programa de refinanciamento de dívidas de empresas e a liberação de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para que trabalhadores quitem dívidas. As medidas dependem do aval do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

No caso do Minha Casa, Minha Vida, os estudos ainda preliminares sugerem ao presidente criar nova faixa para permitir que mais gente da classe média possa ter direito ao financiamento de casas.

Em relação ao crédito para pequenas empresas, a ideia é dobrar o percentual da aplicação obrigatória dos bancos em microcrédito, que hoje é de 2% do recolhimento compulsório sobre depósitos à vista junto ao Banco Central.

Este tipo de crédito beneficia microempreendedores populares, formais e informais, com atividades de pequeno porte e faturamento anual de até R$ 120 mil.

A decisão de lançar medidas de estímulo econômico foi tomada neste fim de semana, depois do agravamento da crise política com o vazamento da delação do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho, que atingiu a cúpula do PMDB e cita até mesmo o presidente Michel Temer.

Na avaliação do Palácio do Planalto, o governo precisa dar demonstrações de que a crise não vai paralisá-lo.

Além disso, o governo quer garantir a votação em segundo turno do teto dos gastos públicos nesta terça-feira (13) no Senado e da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) na quarta-feira (14), no plenário do Congresso Nacional.

Na mesma direção de criar uma pauta positiva, o presidente Michel Temer anunciou nesta segunda (12) a criação de uma linha de crédito de R$ 3 bilhões do FGTS para a renovação da frota nacional de ônibus.

Os recursos devem ser suficientes para compra de 10 mil ônibus para o transporte público no país, o equivalente a uma renovação de quase 10% da frota de 107 mil veículos.

O objetivo da medida é injetar ânimo nas montadoras de veículos, que atualmente enfrentam os efeitos da recessão econômica, ajudando a gerar empregos na indústria.

Fonte: Folha de S. Paulo