Após confronto, GDF suspende ação de derrubadas em área da Estrutural

Agefis queria tirar 100 barracos de invasão nova na chácara Santa Luzia. Foram derrubadas 57; mulher detida com criança não era mãe, diz PM.

O governo do Distrito Federal suspendeu nesta quarta-feira (2) a operação de derrubada de edificações na chácara Santa Luzia, na Estrutural. A estratégia de ação no local será reavaliada nos próximos dias, segundo a Agefis.

Na terça (1º), 57 casas foram demolidas e seis pessoas foram presas. As imagens de uma mulher sendo detida com uma criança “causaram espanto” no governador Rodrigo Rollemberg, que cobrou explicações da Polícia Militar e da Agefis.

O GDF deve montar um grupo de estudos, a partir de agora, para trabalhar na desocupação de toda a área do Santa Luzia. A região foi invadida em 2009 e abriga 1,6 mil famílias. Cerca de 7 mil pessoas terão de ser reassentadas.

“É melhor a gente paralisar a operação e fazer algo definitivo no local. A Secretaria de Habitação, a Codhab, o Ibram vao ter que participar”, disse a presidente da Agefis, Bruna Pinheiro.

A chácara ficam fora da poligonal da Estrutural, em uma “faixa de tamponamento” que deveria ser preservada para proteger o Parque Nacional. Imagens aéreas da Agefis mostram que, em julho de 2014, a área das 100 casas que seriam derrubadas nesta semana ainda era verde.

A agência não deu prazo para retomar as derrubadas. Nesta quarta, moradores atearam fogo em uma barricada de galhos e tábuas de madeira. Em seguida, incendiaram um ônibus atravessado na via de acesso ao setor. Carros de reportagem também foram hostilizados.