Agentes financeiros se mostraram otimistas com o cenário de concessão de crédito imobiliário em 2018 e apresentaram suas metas e últimas melhorias processuais na primeira reunião de acompanhamento do Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) do ano. O encontro reuniu empresários com representantes do Banco do Brasil, pela manhã, e da Caixa Econômica Federal, à tarde, nesta quarta-feira (24), na sede da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em Brasília.
O Banco do Brasil (BB) ressaltou a intenção de manter a segunda posição em carteira imobiliária e o compromisso de manter 20% do PMCMV, esclarecendo que trabalha com o conceito de Banco completo. “Sempre buscamos atender a todas as linhas do mercado imobiliário”, frisou Lúcio Bertoni, gerente executivo imobiliário do BB.
Para o Banco, 2018 deve ser o ano de realização, com expectativa de contratar de R$ 1,2 a R$ 1,4 bilhão no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), além do que for direcionado ao BB, em termos de quantidade de unidades, para as faixas 1, 1,5, 2 e 3 do PMCMV.
Também foram apresentadas algumas melhorias nas considerações e procedimentos de concessão de crédito e financiamento. Dentre elas: a implantação da ferramenta GCI – Gerenciamento de Crédito Imobiliário, em fase piloto, que permitirá tanto o Banco quanto a empresa gerenciarem com eficiência os contratos; o financiamento de até 100% da obra, limitado a 50% do Valor Geral de Vendas (VGV), e a flexibilização para empreendimentos com maiores margens financeiras, com possibilidade de contratar com até 0% de obra executada.
À tarde, Nelson Antônio de Souza, vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal, e Guilherme Correia, diretor em exercício de Habitação, apresentaram os resultados e desafios da instituição para manter a perenidade na concessão de crédito. O Banco também acredita que 2018 será um ano de retomada do ciclo de crescimento habitacional.
A Caixa declarou que, graças ao trabalho operacional árduo feito pela instituição para cortar custos e diminuir despesas, foi possível atender ao acordo de Basileia, culminando, inclusive, no resultado histórico de R$ 13 bilhões no ano de 2017. Já o plano de negócios inicial para 2018 prevê um orçamento compatível ao do último ano. Estão autorizados R$ 82 bilhões para área imobiliária.
A Portaria 14/2018 foi outro tema em destaque na reunião. Sem previsão de prorrogação do prazo limite para contratação (até 7 de fevereiro), a Caixa informou que reforçará o trabalho interno para que empreendimentos com documentação entregue sejam contratados no prazo, tendo esclarecido que a prioridade do Governo é gerar obras e empregos. As novas contratações deverão ser mensais e os empreendimentos prontos para serem contratados serão priorizados.
A Caixa informou ainda que propôs ao Ministério das Cidades algumas melhorias para o PMCMV em curto prazo, tais como: permitir ao Agente Operador remanejar orçamento do FGTS entre as unidades federativas e programas; ajustar o recorte territorial, incorporando as condições da regra de transição em caráter definitivo, e simplificar as regras de aplicação do Pró-cotista. Em médio e longo prazo, as propostas incluem uma nova curva de subsídio e a revisão dos programas conforme público-alvo, visando melhor atender às classes mais necessitadas.
Nelson Souza falou também que a expectativa com a Letra Imobiliária Garantida (LIG) é muito boa, em função da segurança ao investidor, o que poderá motivar inclusive investidores internacionais.
As novidades foram bem recebidas e geraram boas expectativas. Os participantes elogiaram as ações, embora tenham destacado a necessidade de trabalhar o atendimento nas agências, no caso do BB, e problemas específicos relacionados à Caixa. O acompanhamento do PMCMV integra o projeto “Continuidade e Melhoria dos Programas Habitacionais”, da Comissão da Indústria Imobiliária (CII/CBIC), com a correalização do Senai Nacional.