Estoque de recursos nas cadernetas de poupança do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo alcançou R$ 590 bilhões em agosto, com crescimento de 10,6% em 12 meses
Agosto foi o melhor mês do ano para os depósitos de poupança, que registraram captação líquida de R$ 4,4 bilhões no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e de R$ 5,9 bilhões, se forem incluídos os depósitos na caderneta rural do Banco do Brasil. O aumento da captação permitirá que os bancos possam ampliar a oferta de crédito imobiliário para atender à demanda que, historicamente, tende a crescer nos finais de ano.
Quase a metade da captação líquida deste ano no SBPE, de cerca de R$ 9 bilhões, ocorreu no mês passado. Incluída a poupança rural, o ingresso líquido dos primeiros oito meses de 2018 atingiu quase R$ 17 bilhões.
A demanda de crédito no SBPE está em recuperação. Entre janeiro e julho, foram financiados no SBPE 118,5 mil imóveis, no montante de R$ 30,2 bilhões, incluídas as operações com mutuários finais e incorporadores. O crescimento em relação a igual período de 2017 foi de 19,7% no número de unidades e de 21,9% no montante financiado.
Um sinal positivo para a demanda de imóveis usados foi registrado em julho pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Crecisp). Após três meses negativos, as vendas de imóveis usados cresceram 38,52% na cidade de São Paulo, melhor resultado do ano. Comparando os primeiros sete meses de 2017 e de 2018, o saldo acumulado de vendas avançou 34,29%.
O crescimento da oferta de recursos traz efeitos visíveis. Por exemplo, vem estimulando a competição entre os bancos para contratar operações de crédito. As maiores instituições do setor, públicas e privadas, anunciaram nas últimas semanas reduções nas taxas de juros cobradas dos clientes. Se a tendência se sustentar favorecida pela inflação contida, mais famílias se sentirão motivadas a contratar financiamentos de longo prazo.
O estoque de recursos depositados nas cadernetas de poupança do SBPE alcançou R$ 590 bilhões em agosto, com crescimento de 4,7% em relação a dezembro de 2017 e de 10,6% em 12 meses. Haverá, assim, um colchão de recursos nas cadernetas para financiar a moradia, notadamente destinada à classe média.
Se o horizonte econômico do País se desanuviar com as eleições do mês que vem, com predomínio da racionalidade da política macroeconômica, o setor imobiliário poderá ser muito beneficiado em 2019.