Além das modalidades de crédito corrigidas pela TR e pelo IPCA, a instituição passará a financiar a taxas fixas
Principal agente do crédito imobiliário, a Caixa Econômica Federal (CEF) anunciou a criação de mais linhas de empréstimo para financiar a compra da casa própria. Além das modalidades de crédito corrigidas pela TR e pelo IPCA, a instituição passará a financiar a taxas fixas. O leque de alternativas é favorável aos tomadores de empréstimos, que poderão ajustar melhor seus orçamentos a modalidades de crédito de prazo muito longo, que exigem cuidados especiais dos trabalhadores.
O crédito imobiliário concedido com base nas cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) vem se recuperando desde 2018. Nos últimos 12 meses, até novembro de 2019, as operações de crédito do SBPE cresceram 38,3%, ou R$ 21 bilhões, em relação aos 12 meses anteriores, para R$ 76,1 bilhões. Esse montante permitiu a empresas construtoras e mutuários finais financiar 289,7 mil unidades, 32% mais do que nos 12 meses passados.
A construção civil está otimista com 2020, esperando consolidar os bons resultados registrados em 2019. No mercado paulistano, por exemplo, foram batidos recordes de lançamentos e de vendas, segundo o sindicato da habitação (Secovi-SP). Ações de construtoras destacam-se entre as que mais subiram na Bolsa.
Imóveis dependem de ampla oferta de crédito a custos módicos. Por isso foi salutar, em especial a partir do segundo semestre de 2019, a disputa por clientes entre os principais bancos privados (Itaú, Bradesco e Santander), com oferta de taxas mais baixas. A CEF entrou nessa disputa de mercado a partir de decisões da diretoria presidida pelo economista Pedro Guimarães, originário do setor privado.
A primeira mudança veio com a oferta do crédito em IPCA com sistema de amortização pela Tabela Price, em que as prestações iniciais são menores. Os empréstimos dessa linha atingiram R$ 5 bilhões e há demanda crescente. Mutuários confiantes em avanços profissionais são potenciais interessados na modalidade, em que as prestações podem subir mais do que as rendas. Já a modalidade de empréstimo a juros fixos, que será lançada até março, se ajusta a quem tem rendimentos estáveis, pois as prestações são previsíveis.
Condições inovadoras no crédito imobiliário são bem-vindas, pois o sistema ficou engessado durante décadas por regras excessivas.