A balança comercial brasileira voltou a registrar superávit em 2015, beneficiada pela valorização de quase 50 por cento do dólar sobre o real e pela forte queda nas importações, em meio à recessão econômica.
As vendas externas somaram 191,134 bilhões de dólares no ano passado, queda de 14,1 por cento em relação a 2014 pela média diária. Já a importações recuaram 24,3 por cento, a 171,453 bilhões de dólares.
“Houve na verdade crescimento das quantidades exportadas no ano de 2015, mas esse crescimento foi mitigado pela queda dos preços, em especial dos preços das commodities internacionais, e isso fez com que o resultado final das exportações indicasse uma queda”, disse o secretário de Comércio Exterior do Ministério, Daniel Godinho.
A expectativa é que o saldo comercial suba para algo em torno de 35 bilhões de dólares este ano.
“Trabalhamos com a expectativa de aumento de exportações brasileiras, especialmente de manufaturados. Trabalhamos com a taxa de câmbio média acima de 2015… Trabalhamos com a expectativa de estabilidade dos preços das commodities agrícolas. Obviamente essa é uma variável que escapa totalmente ao controle do governo, da mesma forma que os preços das commodities minerais, mas em relação a essas nós temos ainda maior grau de incerteza”, disse Godinho.
O secretário enfatizou, no entanto, que este ano tende a ser desafiador, em meio a expectativas de baixo crescimento da economia e do comércio globais.
No ano passado, o dólar acumulou valorização de 48,5 por cento sobre o real, a maior alta em 13 anos, em meio às turbulências políticas e retração econômica.
O secretário destacou a importância da valorização do dólar frente ao real para o saldo comercial em 2015, afirmando que os efeitos foram vistos em produtos importantes para a pauta exportadora do país, como aviões e veículos.
Em dezembro, o saldo comercial ficou positivo em 6,24 bilhões de dólares, acima do esperado em pesquisa Reuters, que mostrava superávit de 5,6 bilhões de dólares.
Fonte: Reuters