Em São João de Meriti, 18 prédios estão prontos mas desocupados. Mais de 30 mil pessoas vivem em áreas de risco na cidade.
Quase mil imóveis do Programa Minha Casa, Minha Vida estão desocupados no Rio de Janeiro por causa da burocracia. A situação acontece em duas das cidades que mais sofrem com a chuva no estado: São João de Meriti e Nova Friburgo.
Faz sete anos que Gericéia Oliveira da Silva espera para poder entrar em um apartamento do programa do governo federal Ela mora com o filho e dois netos pequenos numa área de risco em São João de Meriti. “A laje já está caindo, muita infiltração, mofo”, reclama.
Gericéia diz ficar apreensiva com a segurança da família. “As vezes eu estou dormindo, o tijolinho cai em cima de mim. É triste, mas não tem como ir pra outro lugar”, desabafa. Ela já deveria estar vivendo em um apartamento composto por sala, dois quartos, cozinha e banheiro. Os apartamentos estão prontos para morar, só faltam as torneiras. O Residencial Trio de Ouro, em Vilar do Telles, em São João de Meriti.
O residencial tem quatro condomínios com 48 prédios. Dois desses condomínios foram entregues à população no ano passado, mas os outros dois continuam vazios. São 360 unidades. Com o atraso, o mato até já toma conta da área de lazer.
A construtora afirma que as obras terminaram na copa do mundo e que há um ano e sete meses eles poderiam abrigar famílias que vivem em áreas de risco na Baixada Fluminense. Só em São João de Meriti são 30 mil pessoas nesta situação.
Em Nova Friburgo, na Região Serrana, outros 480 apartamentos também estão prontos, mas não foram entregues.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea), responsável pelo condomínio em São João de Meriti, disse que aguarda a Caixa Econômica Federal para fazer a entrega dos apartamentos. O mesmo o que alega a prefeitura de Nova Friburgo, onde vivem 20 mil pessoas em áreas de risco.
A Caixa Econômica Federal disse que a prefeitura de São João de Meriti e o Inea não entregaram a lista de beneficiários.
Num outro condomínio do Minha Casa Minha Vida, em Maricá, Região Metropolitana, a situação é de desespero para milhares de famílias. Elas perderam tudo nas chuvas de segunda-feira. Os apartamentos foram construídos em uma área mais baixa e o terreno foi alagado.
Fonte: G1